Atelier Isatramas 1.29

Desde que me entendo por gente, lembro de minha mãe, ora costurando, ora fazendo tricô.Cresci sabendo fazer tricô, crochê e, mais tarde me dediquei à tecelagem em tear manual.
Quando se faz tricô, crochê ou se trabalha com tear as sobras de lãs e linhas são consideráveis: do urdume do tear sobram muitos pedaços de fios; do tricô à mão sobram novelos (ou parte deles) que por serem únicos não são suficientes para confecção de uma peça de vestuário como um pulôver ou casaco.
Particularmente, gosto muito de lãs, linhas, agulhas, máquinas de costura, teares.... Esse “gostar” de linhas e agulhas sempre dificultou muito o exercício do desapego no que se refere a jogar fora as sobras do tear e do tricô. Na tentativa de reutilização deste material que quase já faz parte da família, visto que alguns novelos solitários estão guardados por mais de 20 anos.; Este material merecia um destino muito melhor que o lixo ou até mesmo o fundo de uma caixa. Então, passei a costurá-los, misturados com restos de aviamentos, lã de carneiro, pedaços de renda, retalhos de tecidos. No início me faltava coordenação motora para trabalhar com todo esse material e a máquina de costura. Isso me custou algumas agulhadas bem doloridas...
Após 2 anos, não sei bem se de dedicação ou teimosia, percebi que havia desenvolvido uma técnica. Com ela fiz uma echarpe. Depois fiz outra... E outra... Nunca gostei de fazer a mesma coisa, repetidas vezes e estas echarpes, nem se eu quisesse, não seriam iguais umas às outras.
Em 15 de agosto de 2014 criei a página Isatramas no Facebook. Em 15 de setembro do mesmo ano fiz a postagem da primeira imagem: uma echarpe vermelha enrolada, formando o símbolo do infinito. Em 15 de novembro foi possível postar fotos de uma pequena coleção.
Penso que atingi meu objetivo: os fios de lãs e linhas (tão queridos) são hoje transformados em xales e echarpes exclusivos. Afinal, uma mulher elegante sabe compor seu traje com uma echarpe e, fica exuberante usando um xale.
Por ter formação acadêmica em licenciatura, percebi que não consigo ficar longe das pessoas e nem de transmitir o conhecimento que adquiri sobre técnicas artesanatis. Assim, após o lançamento e muito boa aceitação dos produtos Isatramas pelo público, passei a oferecer oficinas de quilt livre, patchwork, trapunto, tecelagem manual, feltragem molhada, estamparia artesanal e muito mais.
Acredito em ensinar para aprender; dividir para multiplicar.