APPD - Associação Paraense das Pessoas com Deficiência 3.93

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About APPD - Associação Paraense das Pessoas com Deficiência

APPD - Associação Paraense das Pessoas com Deficiência APPD - Associação Paraense das Pessoas com Deficiência is a well known place listed as Non-profit Organization in Belém , Disabled Persons Service in Belém ,

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HISTÓRIA DA APPD

Primeira instalação da APPD

Em 1981, por ocasião do ano Internacional das Pessoas Deficientes, instituído pela Organização das Nações Unidas (ONU), a Associação Paraense das Pessoas com Deficiência-APPD, constituiu-se em urna organização popular, preocupada com a situação da pessoa com deficiência. Fundada em 26 de novembro de 1981, a APPD surgiu para ficar, tendo encabeçado, desde então, uma luta permanente para a abertura de espaço e o fim do preconceito que cerca a pessoa com deficiência em nossa cidade. A partir de 1987, tem-se uma reorganização do movimento de luta em prol de toda a pessoa com deficiência, seja física, sensorial ou mental, criando-se uma política mais direcionada à viabilização de soluções jurídicas e práticas para nossos problemas. Lutando pelas vias institucionais e buscando sensibilizar a sociedade para a inclusão da pessoa com deficiência à normalidade cotidiana, a APPD se transformou em uma entidade efetivamente representativa, promotora de importantes debates públicos que resultaram em relevantes conquistas de espaços na sociedade, retirando o segmento da invisibilidade, e em avanços nas legislações municipal e estadual.
Em todo o Estado do Pará, a APPD possui mais de 32 mil associados distribuídos pelas seguintes áreas de deficiência, segundo banco de dados da associação:
Área de deficiência Percentual Quantitativo
Física 51,5% 16.978
Auditiva 8% 4.534
Mental 20% 6.477
Múltiplos 6,5% 2.105
Total 100% 32.385
A Associação Paraense das Pessoas com Deficiência ao longo de seus 36 anos de história social vem desenvolvendo um conjunto de ações e projetos articulados em prol da inclusão deste segmento humano. Conheça alguns de nossos projetos sociais:
PROJETO FORMAÇÃO DE LIDERANÇAS
No final do século XX, a televisão brasileira (nacional e regional) foi invadida por uma série de programas com bastante audiência comandados por apresentadores que faziam ataques veemente contra os direitos humanos. O conteúdo desses programas massificava a idéia de que a defesa dos direitos humanos significava a defesa dos direitos dos bandidos. De maneira circense, e até justiceira, se criminalizava os direitos humanos. Alguns apresentadores transformavam o horror, a violência e a miséria em espetáculo da “banalidade do mal” e, claro, não faltava a presença da pessoa com deficiência como personagem deformado e como objeto do riso e da estigmatização social. A APPD em parceria com a Secretaria Especial dos Direitos Humanos e com a Coordenadoria Nacional para a Integração da Pessoa com Deficiência, desenvolveu o projeto de Formação de Lideranças para a defesa dos direitos humanos. Este projeto de formação tinha por objetivo o contra-ataque a essas linguagens sociais e midiáticas criminosas que buscavam inferiorizar grupos humanos de excluídos. Esse tipo e linguagem teve um efeito extremamente perverso em alguns municípios do Estado do Pará, principalmente em municípios em que se podia dizer que ainda não existia a presença do Estado como instituição de garantia dos direitos sociais.
Nessa perspectiva, a APPD promoveu cursos e seminários de formação de lideranças do movimento das pessoas com deficiência para fazer frente às práticas sociais conservadoras que caracterizavam a pessoa com deficiência como um doente ou como uma pessoa hilariante.
PROJETO DE MÚSICA E REABILITAÇÃO HUMANA
Qual é a relação entre a música e os processos de reabilitação humana da pessoa com deficiência? Na verdade, a música enquanto arte pura funciona corno fonte de novas descobertas para a natureza humana, principalmente para um encontro mais imediato com a sensibilidade e a imaginação. A arte possibilita ainda ao homem o encontro com a transcendência, pois através dela, começamos a reconhecer que o mundo não é apenas o cotidiano da vida apressada e desatenciosa, mas sim de que o som, o ritmo e o êxtase musical nos fazem perceber a nós mesmos e nos ajudam a nos libertar da angústia e da repetição. Dessa crença na música, surgiu o projeto CANTAPAZ , um coral composto por pessoas com deficiência e seus familiares e voltado principalmente para a descoberta do canto. O coral CANTAPAZ participou de festivais de música e foi convidado diversas vezes para se apresentar em eventos sociais de algumas importantes empresas públicas e privadas. Com efeito, os participantes iam descobrindo a harmonia da música como um convite da arte para dizer SIM à vida. A música tem agora uma segunda fase na APPD. Esta fase se concretiza numa parceria com a Fundação Carlos Gomes através do projeto Musicalização para a Cidadania. É um projeto que se desdobra em cursos de violão, cavaquinho, flauta doce, teclado e canto.
PROJETO INTERIORIZAÇÃO
Existe uma fábula bastante contada para as crianças que fala sobre as formigas. As formigas, aparentemente, são seres sem importância, mas quando são observadas com atenção podem ser percebidas como exemplo de organização e multiplicação. Sem dúvida podemos fazer urna interpretação política desta fábula, principalmente para os grupos sociais que ainda são excluídos de qualquer modelo ou experiência de cidadania. Assim, mais do que uma fábula, a APPD transformou o comportamento das formigas numa estratégia de disseminação da cultura participativa. Aliás, sem mobilização social o terna da acessibilidade se transformaria numa pura abstração, numa fantasia.
Com esta concepção, a APPD desenvolveu o projeto intitulado Interiorização e disseminou o tema da acessibilidade para a cidadania pelos interiores do Estado do Pará. Ele consistiu numa verdadeira odisséia, pois na época, anos 90, não existia ainda um censo que caracterizava as populações de pessoas com deficiência.
Com este projeto, a APPD pôde caracterizar os anseios e as práticas sociais destas comunidades e fundar núcleos e contribuir para a criação de associações.
Seja numa escola ou numa igreja, essas reuniões demonstravam que a acessibilidade era, sobretudo, a vontade de não ficar em casa, justamente para não ficar de fora dos processos sociais de luta pela cidadania da pessoa com deficiência em seu próprio município.