Museu Municipal Santos Rocha 4.67

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Rua Calouste Gulbenkian
Figueira da Foz, 3080-054
Portugal

About Museu Municipal Santos Rocha

Museu Municipal Santos Rocha Museu Municipal Santos Rocha is a well known place listed as Organization in Figueira Da Foz , Museum in Figueira Da Foz ,

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Details

Nota Histórica:

Fundado em 1894 por António dos Santos Rocha, o Museu Municipal atravessou vários períodos, atendendo à acção desenvolvida e aos critérios museológicos que presidiram às suas sucessivas reinstalações em diferentes espaços físicos. Instalado provisoriamente na Casa do Paço, até 1899, funcionou mais tarde no edifício da Câmara Municipal. Até 1910, sensivelmente, o Museu viveu uma fase áurea, estendendo a sua fama além fronteiras. A notável acção de Santos Rocha, os trabalhos da Sociedade Arqueológica da Figueira da Foz e as publicações inseridas no seu Boletim levaram a que o Museu Municipal se colocasse a par das melhores instituições científicas nacionais. O grande enriquecimento das colecções - principalmente de pintura e escultura - verificado a partir de 1945, tornou inevitável a sua transferência para instalações próprias, o que viria a acontecer em 1975, dando início a todo um trabalho de reinstalação e estudo das peças, associado a um grande esforço de dinamização junto do público, colectividades e escolas.
António dos Santos Rocha
Nota Biográfica
António dos Santos Rocha nasce a 30 de Abril de 1853, na Figueira da Foz.
Em 1875 concluiu o bacharelato de Direito na Universidade de Coimbra. Contudo, e apesar de exercer advocacia, cedo revela grande interesse pela investigação arqueológica. No campo da arqueologia, foi à estação de Santa Olaia que mais se dedicou e que lhe permitiu teorizar, estabelecendo com os seus achados alguns caminhos inéditos ou ainda muito obscuros na investigação arqueológica daquela época. A 6 de Maio de 1894, é inaugurado o Museu Municipal da Figueira da Foz, cuja criação se deve à acção de um grupo de intelectuais figueirenses, à frente dos quais sobressai a figura de Santos Rocha, desde logo indigitado como seu primeiro director. Em 1898 organiza, com alguns companheiros a Sociedade Arqueológica da Figueira, de que é, aliás, eleito presidente. António dos Santos Rocha faleceu na sua cidade natal em 28 de Março de 1910.
Sociedade Arqueológica da Figueira
A Sociedade Arqueológica da Figueira da Foz foi fundada no ano de 1898. Passaria a denominar-se, a partir de 1903, Sociedade Arqueológica Santos Rocha. Os seus estatutos são claros em relação aos objectivos da Sociedade: esta propunha-se fazer pesquisas e escavações, organizar colecções, bem como promover a aquisição e conservação dos monumentos da antiguidade que se descobrissem, assumindo a responsabilidade da divulgação, dando-lhes publicidade, e comprometia-se a manter as ligações com a comunidade científica nacional e internacional. O entusiasmo que caracterizou os seus primeiros anos de actividade - e que se reflectiu também no crescimento das colecções do Museu Municipal - não resistiria, contudo, à morte do seu grande mentor, em 1910. Em doze anos de existência, enquadrou a obra de Santos Rocha e aglutinou à sua volta os espíritos figueirenses interessados nas ciências arqueológicas, antropológicas e etnográficas. Não é possível, hoje, dissociar a actividade da Sociedade Arqueológica de todo o movimento cultural a que a Figueira do fim de século assistiu, bem como, no dizer do próprio Santos Rocha, "do movimento científico e cultural da Europa".
Principais colecções do Museu Municipal (exposições permanentes e em reserva)
Colecção de Escultura Contemporânea
O Museu apresenta um pequeno conjunto de peças representativas de algumas das mais recentes tendências da escultura. Teve o seu início com a realização da II Bienal Universitária de Coimbra, em 1998, altura em que o Museu Municipal adquiriu vários trabalhos expostos na sua zona envolvente e outros agora expostos no interior. Completam a exposição outras obras entretanto adquiridas ou oferecidas pelos autores.
Colecção de Escultura Religiosa
Entre as obras expostas encontram-se esculturas encontradas pelo fundador do Museu durante as suas escavações, ainda em finais do séc. XIX, outras depositadas pela Sociedade Arqueológica e, mais tarde, durante o ano de 1939 e a década de 40, um importante núcleo depositado pelas corporações encarregadas do culto católico nas freguesias da Figueira da Foz, quando o Museu era dirigido por António Vítor Guerra. No seu conjunto traçam a evolução da arte da imaginária, desde o séc. XIVao séc. XVIII, destacando-se os trabalhos atribuídos a Mestre Pêro (séc. XIV), João Afonso (séc. XV) e Diogo Pires-o-Velho (séc. XV), nomes importantes da escultura gótica portuguesa. Dos sécs. XVI-XVII é significativo o acervo de trabalhos que a influência do grande centro de escultura renascentista que foi Coimbra e do mestre francês João de Ruão. Dos finais do séc. XVII e do séc. XVIII apresentam-se belos exemplares em madeira, onde impera a policromia e a elegância.
Colecção de Numismática
A Colecção de Numismática está orientada num âmbito eminentemente pedagógico dividindo-se fundamentalmente em dois sectores: Numismática Portuguesa e Numismática Romana. Na primeira estão expostas cronologicamente as séries de D. Sancho I a D. Manuel II, podendo ser apreciada a evolução das armas nacionais, através do seu escudo, assim como a modificação provocada na arte de cunhar moedas, cada vez mais rica e cuidada, devido ao grande afluxo de metais preciosos vindo do Brasil no tempo de D. João V e, finalmente, as diferentes técnicas de cunhagem usadas desde a Idade Média até aos tempos mais recentes. Na Numismática Romana procura-se dar uma visão geral das cunhagens romanas locais ou municipais da Península Ibérica, mas também das cunhagens oficiais , do séc. III a.C ao séc. V d.C.. Esta colecção procura ainda demonstrar a decadência, lenta mas progressiva, do Império Romano, tanto em termos técnicos como artísticos, mas igualmente a forma como a moeda é utilizada como elemento de troca e, simultaneamente, como elemento de propaganda e de união dos povos contra o inimigo comum: o invasor bárbaro.
Colecção de Arte Indo-portuguesa
O núcleo de Arte Indo-Portuguesa é constituído fundamentalmente por mobiliário, tecidos e pequenas esculturas, pretendendo mostrar as importantes e profundas influências orientais e ocidentais, tanto nas técnicas de fabrico como na forma e decoração, nas mais diversas formas artísticas. Nas peças expostas é nítida a influência oriental na arte de embutir, onde se usam exclusivamente colagens, encaixes e espigões de madeira. Mas é na decoração que essa influência se torna mais relevante, sobretudo nos motivos utilizados: elementos vegetais e animais, motivos geométricos e estilização de diversas formas.
Colecção Africana
A colecção africana exposta reparte-se em duas áreas geográficas: Angola, Moçambique. Deu entrada neste Museu quando da direcção de Santos Rocha, constituindo-se através de doações e depósitos de particulares que, das suas deslocações a África, trazia peças destinadas ao Museu, formando uma colecção heterogénea. A exposição está organizada por temas: de Angola, exibem-se objectos de cestaria, cerâmica, indumentária e adorno, metalurgia, magia e ritual, escultura e música. De Moçambique, objectos representando a guerra e caça, música agricultura, objectos utilitários, escultura, cestaria, indumentária e adorno.
Colecção Oriental
A colecção oriental nasceu, no essencial, no séc. XIX, graças às relações e prestígio pessoal do fundador do Museu. Todavia, legados e aquisições recentes têm vindo progressivamente a enriquecer a instituição. Destacam-se os objectos provenientes de China e Macau, cuja recolha foi arbitrária, isto é, sem obedecer a critérios científicos, mas permitindo apreciar um conjunto heterogéneo e variado, sobretudo do ponto de vista artístico.
Colecção de Arqueologia e Epigrafia
O espólio exposto provém de escavações efectuadas por Santos Rocha no concelho da Figueira da Foz, nas Beiras e no sul do país, em finais do século passado e inícios do século XX. Atendendo à importância que a museologia moderna atribui aos objectos provenientes das regiões, procuram-se valorizar as peças originárias do concelho da Figueira da Foz não esquecendo, contudo, as restantes que, pelo valor científico que possuem, merecem lugar de relevo na exposição. O sector da Arqueologia e Epigrafia está dividido em três partes: a primeira é dedicada aos monumentos epigráficos, a segunda ao espólio arqueológico proveniente do concelho da Figueira da Foz e a terceira reúne objectos exumados por Santos Rocha nas restantes regiões do país, em especial no Alentejo e Algarve. Abrange períodos diferentes que vão desde o Paleolítico até ao Romano Tardio.
Colecção de Cerâmica e Vidro
A colecção de cerâmica e vidro nasce com a fundação do Museu Municipal. O seu crescimento processou-se com a continuidade de ofertas e depósitos de particulares e instituições, mas também com aquisições e recolhas feitas no concelho da Figueira da Foz. A importância de algumas produções cerâmicas a nível local e nacional e, ainda, a riqueza e profusão de algumas colecções de azulejaria, permitem-nos destacar alguns exemplares representativos, utilitários e de decoração, produzidos no concelho da Figueira, bem como peças produzidas noutras zonas do país, nomeadamente nas Caldas da Rainha e Coimbra.
Colecção de Pintura
A colecção de pintura começa com o fundador do Museu, que aqui depositou um número elevado de trabalhos. No entanto, foi durante a década de 40 que este espólio aumentou significativamente, não só pela entrada de alguns trabalhos de pintura religiosa, mas também com obras do pintor figueirense Mário Augusto e de outros artistas. A partir daqui não cessou o trabalho de angariação de pintura, sob o regime de depósito ou doação e, actualmente, o museu possui um número bastante significativo de obras de pintores portugueses do século XX. Ao lado das obras já referidas, nomes como Cândido Costa Pinto, Eduardo Nery, Almada Negreiros, Abel Manta, Paulo Ferreira, Manuel Filipe, Jorge Barradas, Celestino Alves, e muitos outros que aqui expuseram os seus trabalhos, vêm completar esta colecção de pintura, desenho e gravura.
Colecção de Armas
A colecção de armas deste Museu prima não só pela quantidade e variedade, como também, e principalmente, pela qualidade e valor dos espécimes que possui. Desde finais do séc. XIX, ainda com Santos Rocha à frente da instituição, começam a dar entrada alguns objectos de armaria, tanto branca como de fogo, provenientes de doações e depósitos de diversas pessoas. Mais tarde, durante os anos 40 a 70, esta colecção continua a aumentar através de mais depósitos e donativos. Actualmente podemos orgulhar-nos do valioso espólio existente, que inclui um número considerável de armas brancas, representativas dos séculos XVII a XIX: lanças, espadas e alabardas, bem como a assinalável colecção de armas de fogo, desde o séc. XVII à II Guerra Mundial, com destaque para as armas utilizadas na I Grande Guerra.
Colecção de Escultura Moderna
Este acervo é constituído, na sua maioria, por trabalhos do escultor macaísta Raúl Xavier, que entraram no Museu por doação do próprio autor durante a direcção de António Vítor Guerra, a partir de 1939. São bustos, estatuetas, medalhões e baixos-relevos, originais ou estudos, dos quais se destacam os belos exemplares em mármore, de acentuado vigor e simplificação classicista, e os estudos em barro e gesso para algumas das suas melhores obras espalhadas pelo país. Contam-se também muitas outras obras de materiais e autores diversos, onde nos deparamos com escultores como Diogo de Macedo, Maximiano Alves, Canto da Maia, António Caringi, Júlio Vaz Júnior, autor de bustos de algumas personalidades figueirenses, entre os mais conhecidos. Trata-se de um conjunto de trabalhos que foi dando entrada ainda no antigo museu, nas décadas de 40 a 70, complementado com novas doações, legados e aquisições mais recentes, demonstrativos do estilo mais clássico e sereno conferido ao grande número de bustos-retratos, esculturas, estátuas e medalhões em gesso, barro, bronze, mármore e pedra.
Colecção de Trajes e Adornos Pessoais
O núcleo da colecção de indumentária formou-se com Santos Rocha. Começou por constar de alguns trajes femininos dos séculos XVII e XVIII. Dos séculos XVIII, XIX e XX existem - além de fatos - sapatos, luvas e acessórios diversos de vestuário. A colecção integra ainda um pequeno conjunto de insígnias da Maçonaria. Este acervo tem vindo a crescer regularmente através de numerosos donativos e depósitos. A Colecção do Brasil nasce com a fundação do Museu. Na sua grande maioria, trata-se de objectos entrados ainda em vida de Santos Rocha e que formam essencialmente um arsenal de caça, pesca e guerra das tribos dos confluentes do Amazonas. Quanto à colecção de Timor, esta teve origem num depósito realizado pelo Comandante João Jardim, que conhecera e estudara a administração timorense, efectuando uma recolha criteriosa de tecidos e objectos utilizados no processo da tecelagem, acessórios de indumentária e de adorno pessoal, cerâmica decorada de diversas formas e tipologias e outros objectos de uso doméstico.

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