Farmácia Azevedos 3.39

Praça D. Pedro IV, 31
Lisbon, 1100-200
Portugal

About Farmácia Azevedos

Farmácia Azevedos Farmácia Azevedos is a well known place listed as Medical & Health in Lisbon , Pharmacy/Drugstore in Lisbon ,

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Details

A «FARMÁCIA AZEVEDOS» fica nos números 31 da Praça Dº Pedro IV e foi fundada em 1755.
Neste local existia uma botica de um frade pertencente à «Ordem de São Domingos», de seu nome Francisco José de Aguiar; mais tarde este lugar passou para José Rodrigues Crespo, cuja filha casou com «ANTÓNIO FELICIANO ALVES DE AZEVEDO». E assim começou então a «Farmácia Azevedos».
Em 1932 foi este estabelecimento completamente remodelado, obras dirigidas por «JORGE SEGURADO», e reabriu em 31 de Março de 1933. Estas eram as informações que nos transmitia o grande mestre da olisipografia «NORBERTO DE ARAÚJO» nas suas «PEREGRINAÇÕES EM LISBOA» livro XII página 72.
Foi a terceira botica que se fundou em Lisboa, depois do terramoto.
E era neste local que o poeta «NICOLAU TOLENTINO» tinha a sua tertúlia.
A «FARMÁCIA AZEVEDOS» foi remodelada em 2008 substituindo os armários brancos com pórticos vermelhos e balcões corridos por um espaço livre-serviço, com tons de verde e cinza.
Um sistema robotorizado procura os fármacos armazenados.
No interior da Farmácia permanece a figura em cerâmica policromada, do século XIX representando «AVICENA»
Avicena foi um polímata persa, que escreveu tratados sobre variado conjunto de assuntos, dos quais aproximadamente 240 chegaram aos nossos dias. Em particular, 150 destes tratados se concentram em filosofia e 40 em medicina.

Um pouco mais de historia:

Em 1868 a Farmácia Azevedo no Rossio era o ponto de reunião de destacadas personalidades, numa época em que o Serviço de Incêndios na capital não estava à altura do que deveria de ser.

A população da cidade deveras se preocupava com os numerosos e violentos incêndios que, por toda a cidade, se manifestavam sem ser possível dominá-los convenientemente por deficiência de pessoal e material, dada a exígua verba destinada pelo erário municipal aos respectivos serviços.

Às conversas da Farmácia Azevedo assistia Guilherme Cossoul que em dia de acesa discussão com o vereador do Serviço de Incêndios, Dr. Isidoro Viana, alvitrou que se organizasse uma Companhia de Voluntários Bombeiros a exemplo do que se fazia no estrangeiro. Cossoul soube contagiar os ouvintes, fez propaganda e, no mesmo mês, promovia uma reunião no edifício da Abegoaria Municipal, onde estava instalada a Inspecção dos Incêndios. Esta reunião deu corpo à formação da Companhia de Voluntários Bombeiros, sob o lema HUMANITAS, VITA NOSTRA TUA EST.

Integraram esta primeira formação Abraão Athias, Domingos, Henrique F. Jauncey, Eduardo Costa Coimbra, Guilherme Cossoul, Francisco Alfredo Nunes, Isidoro José Viana, o Visconde de Ribamar, Darlaston Shore, John B. Jauncey, Yosef Amzalak, Francisco Gellespie, António Campos Valdez, André de Aquino Ferreira, Manuel Nunes Correia Júnior, José Mendes de Carvalho Júnior, Walter Daggs, João Maria da Silva, Francisco Manuel Mendonça, Carlos Nandim de Carvalho, Oswald B. Ivens, José Vargas Ollero, Horácio Jauncey, o Capitão Felipe de Mesquita, Francisco Alves da Silva Taborda e Carlos José Barreiros.

Guilherme Cossoul foi nomeado Capitão-Chefe dos Bombeiros Voluntários por El Rei Dom Luís e empossado Comandante da nova Companhia, sendo alugada uma casa na Travessa André Valente para quartel e recolha da bomba braçal, encomendada ao Industrial Cannel por 180.000 réis.

Na Travessa André Valente recrutaram-se condutores e os aguadeiros dos Chafarizes de São Paulo, Rua Formosa, Tesouro Velho e Carmo. Marcaram-se exercícios para todas as quintas-feiras, e assim tornou-se realidade a aspiração daqueles beneméritos cidadãos.

Príncipe D. Carlos adere como sócio para que a Companhia ostentasse o Título de Real, ficando portanto a chamar-se Real Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Lisboa, e na histórica tarde de 18 de Outubro de 1868 fazia-se, no pátio da Abegoaria Municipal, o primeiro exercício público, com bomba.

O baptismo de fogo dos novos bombeiros deu-se na madrugada de 22 de Outubro de 1868, no edifício das Tercenas, na Travessa da Praia de Santos, 1 a 7. O povo, apreciando e querendo distinguir os novos soldados da paz, que tanto entusiasmo mostravam na sua arriscada e desinteressada missão, passou a distinguí-los com a denominação de Bomba dos Fidalgos. Do relatório apresentado à Câmara Municipal de Lisboa pelo Inspector de Incêndios Sr. Carlos José Barreiros, relativo ao estado do Serviço de Incêndios em 1870, destacamos esta passagem:

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"Ocupando-me de bombeiros não posso terminar sem aproveitar o ensejo de pagar o devido tributo de homenagem e reconhecimento à Humanitária Associação que sob modesto Titulo de Bombeiros Voluntários tantos e tão apreciáveis serviços tem feito a esta cidade nos dois últimos anos. Alguns dos sócios, que têm procurado instruir-se, já são bombeiros tão aptos como os homens de profissão, e não só se chegam para o fogo, mas como batem-se com tanto acerto e tanto sangue frio como eles. Prosperam rapidamente em Inglaterra e mesmo em França, as sociedades desta índole, havendo algumas que possuem, alem dum excelente material de socorros, um pessoal respeitável, tanto pelo número e qualidade como pela instrução. No nosso pais é uma ideia apenas nascente, mas prometedora, porque já tem adquirido incontestáveis direitos não só aos aplausos, mas como a bênção do público".

A 26 de Novembro de 1880 falecia Guilherme Cossoul, sucedendo no comando Darlaston Shore, e neste ano a Real Companhia de Voluntários Bombeiros transformou-se, por imperativos legais, no Corpo de Bombeiros da Real Associação dos Bombeiros Voluntários de Lisboa.

Em 18 de Maio de 1885 realizou-se, no hipódromo de Belém, um concurso de ginástica, organizado pelo Real Ginásio Clube Português, e entre os números do programa figurava um simulacro de incêndio.

Os Voluntários de Lisboa se apresentaram e executaram as manobras, a que o clube organizador conferiu diploma e medalha de prata "pelo arrojo e perícia dos seus componentes". O uniforme dos sócios activos consistia em calça e casaco de tecido azul, este com duas ordens de botões, charlateiras de três pernas de verniz preto, cinto de couro, machado com guardas de metal, espia entrelaçada a tiracolo, e capacete de couro do padrão dos Bombeiros Municipais de Lisboa, com um emblema composto por um V sobreposto por dois machados cruzados, e encimado pela coroa real.