VII Simpósio Escravidão e Mestiçagens 2.65

Neste VII Simpósio, que acontecerá nas dependências do Instituto de Ciências Humanas e Sociais da Universidade Federal de Ouro Preto, o eixo temático é dos mais importantes e instigantes. Pretende-se, a partir dele, desenvolver novos olhares e novas análises sobre a associação histórica entre escravidão e mestiçagens. Trata-se de “modos de trabalhar”, isto é, não apenas o tipo de trabalho ou as formas de exploração dele, mas as maneiras como foi executado ao longo do tempo por grupos e indivíduos de origens, “qualidades” (índio, branco, negro, crioulo, mestiço, mameluco, mulato, pardo, caboclo, etc...) e “condições” (livre, liberto e escravo) diversas. Mais ainda: pretende-se compreender como o mundo do trabalho se conformou, se transformou e se reproduziu a partir da presença de mestiços e não-mestiços nos pequenos ofícios, na produção agrícola, no pequeno comércio, nas atividades artísticas e literárias que abrigaram a vida nas sociedades escravistas. Para tanto, pretende-se, também, explorar o conceito “dinâmicas de mestiçagens”, que, em parte, é fruto das discussões desenvolvidas nos encontros do Grupo, ao longo dos últimos anos. Estas “dinâmicas de mestiçagens” – conceito e práticas históricas – nos permitem compreender justamente as relações desenvolvidas entre os mestiços de variadas “qualidades” e os agentes históricos que não se definiam, nem eram definidos na época como mestiços, isto é, índios, brancos, negros, pretos e crioulos. O conceito nos permite indagar, por exemplo, como atuaram estes últimos na construção de uma sociedade forte e profundamente mesclada, tanto biológica quanto culturalmente, aspecto que se pode ainda hoje observar com facilidade.

Pensamos que “modos de trabalhar” são aspectos e mote muito relevantes para se compreender melhor essa história. É esta a questão central que se apresentará durante o VII Simpósio e é em torno dela que esperamos poder avançar nas discussões e nas pesquisas sobre escravidão e mestiçagens no Brasil e, mais ainda, em sociedades de formações históricas similares, como as ibero-americanas. Por esse motivo é que as conferências de abertura e de encerramento deverão ser pronunciadas por especialistas que vêm se dedicando a temática parecida na América espanhola. As conexões que já vêm sendo estabelecidas por estudiosos das histórias relativas às áreas de domínio português e espanhol nas Américas têm resultado em ideias, análises e conceitos historiográficos renovadores; desejamos explorar os “modos de trabalhar”, transformando-os em mais um campo de reflexão do qual, esperamos, surjam ainda mais subsídios qualificadores de nossa proposta.

Realização:

- GRUPO DE ESTUDOS ESCRAVIDÃO E MESTIÇAGENS.

- GRUPO DE PESQUISA CNPQ-UFMG ESCRAVIDÃO, MESTIÇAGEM, TRÂNSITO DE CULTURAS E GLOBALIZAÇÃO - SÉCULOS XV A XIX

- CENTRO DE ESTUDOS SOBRE A PRESENÇA AFRICANA NO MUNDO MODERNO-CEPAMM-UFMG

- LABORATÓRIO DE ESTUDOS DA ESCRAVIDÃO E DAS MESTIÇAGENS - UESB

- GRUPO DE PESQUISA CNPQ-UNIVERSO SOCIEDADES ESCRAVISTAS NAS AMÉRICAS

- GRUPO DE PESQUISA CNPQ-UFOP IMPÉRIOS E LUGARES NO BRASIL.