Teatro da Boca Rica 4.62

O Teatro da Boca Rica é grupo teatral, um Ponto de Cultura, uma Escola Livre, um Espaço Cultural.
O grupo tem sede própria desde 1996, funcionando com núcleos permanentes de teatro, infantil, projetos, formação em artes e humanidades, música. Residências artísticas com convidados, através de projetos, garantem uma troca e intercâmbio entre fazeres e criações. Os processos criativos são imbricados ao processo formativo. Compreendemos que fazeres e saberes não são hierarquizados nem carregam hegemonias ou dicotomias em si. Por isso a cada espetáculo, livros são lançados, Cds com as musicas do espetáculo são criados. A realização de seminários e afins garante uma discussão permanente sobre os temas da arte e da cultura.

Atualmente está embrenhado na pesquisa e criação cênica do mito feminino das amazonas, mulheres guerreiras, a partir das obras de Kleist (Alemanha), da dramaturga Lina Prosa (Itália) e da pesquisadora, escritora e jornalista Regina Melo (AM). Fruto da pesquisa de doutorado em teatro (UFBA) de Rejane Reinaldo, ), diretora, atriz e professora, reúne criação compartilhada, entre afetos e estéticas, com as parceiras Hebe Alves(BA), diretora, atriz e professora, Cleise Mendes (BA), dramaturga, atriz e professora, Elisa Toledo(Venezuela/MG), diretora, atriz e professora, Rejane Ramos(CE), atriz/diretora e pesquisadora, Rosana Rodrigues(CE), atriz e pesquisadora; Marcus Vinicius Franco Pompilio (CE), Lana Soraya(CE) e Juraci Maia(CE), pesquisadores; João Victor (CE), compositor e diretor musical.

OS INÍCIOS:
HISTÓRICO DO GRITA-GRAPO/ NAÇÃO CARIRI-TEATRO DA BOCA RICA
Fundado em 1973, liderado pelos teatrólogos José Carlos Matos (diretor de 1973-1982) e Oswald Barroso (diretor de 1982-2004). De 2004 até hoje o grupo é dirigido por Rejane Reinaldo, atriz, diretora, gestora/produtora e pesquisadora do grupo.
José Carlos criou a CONFENATA-Confederação Nacional de Teatro Amador, e foi seu primeiro presidente. Também a FESTA - Federação Estadual de Teatro Amador. Imprimiu um novo olhar ao fazer artístico brasileiro, direto do Ceará. A arte e a luta pela democracia se misturavam naquele contexto. Em 1982 Jose Carlos morreu tragicamente num acidente aéreo, deixando um vazio na cena teatral brasileira. Posteriormente Oswald Barroso assume a direção, como dramaturgo, ator e diretor do grupo. "A trajetória de 40 anos da reunião de artistas e intelectuais, que fizeram a história do Grupo Independente de Teatro Amador/ Nação Cariri/ Grupo de Arte Popular/Teatro da Boca Rica, é a saga de um projeto de construção artístico-cultural referenciado no diálogo entre a vanguarda e as tradições populares, no que elas têm de mais representativo do espírito mágico e criativo do ser humano. Movendo uma teia de articulações que junta num mesmo esforço, artistas tradicionais e modernos, ligando gerações e propostas singulares, a ação desenvolvida nessa trajetória engendrou uma produção artístico-cultural, experimental e de ponta, com preocupações estéticas e sociais, que por seu volume e sua qualidade marcou definitivamente o cenário da cultura no Ceará, com repercussões nacionais e internacionais. Concentrando-se nas artes cênicas, uma forma de múltiplas linguagens, espraiou sua atuação pelas demais linguagens do campo da arte e da cultura, promovendo o diálogo entre elas, sem abandonar, entretanto, sua referência básica, o universo mítico da cultura popular tradicional. Insistindo nessa via, ajudou a quebrar preconceitos e, mais que isso, a destacar o valor do gênio popular, como fonte inesgotável de saber e inventividade, para a construção de uma cultura planetária, que tenha como centro a renovação da vida. De sua produção constam filmes, recitais de poesia, peças teatrais, textos dramáticos, revistas, livros, pesquisas estéticas e antropológicas, discos, shows musicais, dissertações e teses acadêmicas, exposições, seminários, colaborações e intercâmbios com grupos, artistas e intelectuais locais, nacionais e internacionais.