Paróquia São Felipe - Comunidade São Sebastião (Aeroporto) 3.84

Nosso lugarejo se chamava Campo de São Filipe, quando surgiu por aqui a primeira igreja católica, por volta de 1926. Ela se localizava onde hoje foi erguido o Campo de Aviação desta cidade. Até então, havia nessas redondezas apenas uma igreja metodista.
Era bastante comum as pessoas católicas rezarem o terço em família. O terço era rezado na casa de Raimundo Fullin e as pessoas das proximidades se juntavam ali para a oração. Com o passar dos dias, o número de pessoas aumentou e decidiram assim, rezar na casa de Angelim Silvério, que era um grande sobrado e havia mais espaço pra acomodar os fieis que se juntavam.
Nesta época, os Freis Agostinianos fizeram uma visita a essa região e celebraram uma missa no pasto da fazenda de Angelim Silvério, ficando hospedados na casa do mesmo. Então, este senhor doou um terreno, para que fosse construída uma pequena igreja, onde por muito tempo se rezaram os terços e ladainhas.
As famílias residentes no local eram de Raimundo Fulin, João Augusto, José Sechin, João Pancini, Antônio Campos, Vitório Campos, Jacinto Faccini, Angelo Silvério e Sebastião Amaral. Chegaram neste local também as famílias Campos e Callegari. Logo depois de erguer a igrejinha, fizeram também a escola, cujas primeiras professoras foram Ilda e Hélia, e o cemitério (também único cemitério da redondeza, na época).
Esta primeira igreja foi construída de esteio e estuque, cujos buracos foram escavados por Primo Callegari e seus amigos. Trabalharam também na construção, o pai de Angelim Silvério, seus filhos e vizinhos.
O Padroeiro desta igreja deveria ser São Felipe, mas devido a uma peste que exterminava muitos animais nas fazendas próximas, Sebastião Amaral, grande fazendeiro da época, fez a doação de 500 réis para que uma bonita imagem de São Sebastião, feita de cedro, viesse da Espanha para ser colocada nesta capela.
Vale lembrar que um Frei só passava nestas terras de tempos em tempos e assim, as celebrações eram feitas pelos catequistas e sempre a partir das orações que vinham em um livrinho. O primeiro catequista foi Raimundo Fullin, seguido por André Lachini, David Calegari, Valentin Fullin e Vitório Campos Delorto.
Na administração do então prefeito de Cachoeiro de Itapemirim, Dr. Dulcino, surgiu o projeto da construção do Campo de Aviação e assim, precisavam acabar com a tal igrejinha e também o cemitério e a escola.
Dessa forma, o Frei Daniel propôs uma votação para decidirem onde seria construída a nova igreja de São Sebastião, já que havia oferta de doação de terrenos por parte de Vitório Campos e Ângelo Silvério. Decidiu-se, então, por meio de votação, que ela seria erguida no local onde permanece até hoje.
Antes de iniciar essa construção, esperando o recebimento da indenização prometida pela prefeitura, passou-se cerca de 1 ano rezando e celebrando numa pequena capela intitulada Canônica, construída no terreno de Demétrio Facini ( Sr. Lili) com os esteios retirados da igreja que fora desmanchada.
O terreno onde se localiza a igreja foi comprado e doado por José Calegario Filho e Ernesto Tirelo e o cemitério ficou em um terreno doado por André Lachini, sendo dividido os sepultamentos com a localidade de Córrego dos Monos.
Nesta igreja não havia sacristia, era bem modesta. Com a chegada dos Freis Fernando e Constantino para uma missão, houve a necessidade de abrigá-los e assim, a mesma teve que ser construída.
Padre Murilo decidiu que Arlindo Pancini ficaria encarregado da construção. Ainda trabalharam nesta obra Bernardo Pecine, Adriano Lachini, Egídio Lachini, Humberto Tirelo e Primo Calegário. Também foi construído um muro e o coreto, contando com a participação de Carlito Cipriano. Como zeladora ficou Hilda Tirelo.
Os primeiros presidentes da igreja foram Egídio Lachini e Constantino Tirelo. A primeira diretoria foi formada por Raimundo Fulin, Angelo Silvério, Jacinto Facini, Sebastião Amaral, João Pancini, Antônio Campos Delorto e José Sechin. As primeiras atas foram feitas por Zeferino Fiorio e seguiu-se por José Fullin, responsáveis pela escrituração dos livros da igreja naquela época.
Com o passar do tempo, o beiral da igreja foi atingido por cupim e outros problemas apareceram, junto com a vontade de ampliá-la. A igreja passou por uma grande reforma, sendo praticamente derrubada para erguer uma outra maior em seu lugar. Essa construção demorou cerca de 2 anos, onde Agostinho Tirello Filho era responsável por recolher as doações e materiais, assim como a prestação de constas aos fiéis. Muitas foram as doações. Em uma certa festa, juntaram 84 bezerros para o leilão. Dessa reforma, participaram também Laurito Campos, Francisco Pecine e novamente Arlindo Pancini, entre outros. Como ajudantes, estavam Mauro, Hélcio e João. Valdemiro Tirelo era responsável pelo projeto desta obra.
Enfim, depois de pronta, a igreja estava mais bonita, ampla e moderna. Da igrejinha antiga, restam lembranças e o velho piso, escondido e redescoberto nesta reforma, sob o piso. Os fieis ainda lembram com saudosismo daquela antiga igrejinha que fora destruída.
Próximo a esta igreja havia um grande cruzeiro, erguido na época dos missionários e doado por Honório Fiorio. Este só foi retirado depois de muitos anos por apresentar risco de cair com o efeito do tempo.
O dia 28 de fevereiro ficou sendo feriado durante muitos anos devido a uma promessa por causa da febre amarela que causava muitas mortes na época. José de Agostini concedeu o feriado e Dr. Vitorino é quem cuidava da saúde do povo desta localidade.
Dom Gonzaga Peluzzo deu autorização para a comunidade ser entitulada paróquia e o primeiro pároco foi Padre Helder Salvador.
Depois disso, foram párocos da Paróquia São Felipe:

Padre Murilo
Padre Job
Padre Darcy Altoé
Padre Jeferson Luiz de Magalhães
Padre João Batista Maroni
Padre Valdece Schuenk
Monsenhor Rômulo
Padre Pedro Félix Bassini
Padre José Carlos Ferreira
Padre Dalton Menezes
Padre Olímpio
Padre Lourival
Padre Eduardo Sérgio Magalhães

Foram presidentes ou coordenadores da Comunidade São Sebastião: Laurito Campos, Valdemiro Tirelo, Constantino Tirelo, Egídio Lachini, Pedro Cezário, Edmilson Ceccon, Luíz Palomba Molinarolli, Angelo, Gelson Daltio, Alessandro Lustoza, Dario Tirelo e Julia Rosa Miranda Fiório.
Agradecimento especial ao Sr. Valentim Fullin, hoje com 88 anos, Arlindo Pancini, 82 anos e Primo Calegari, 92 anos, pelo carinho com que nos receberam para falarem um pouquinho sobre a história desta comunidade.