Grind 4.02

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A HISTÓRIA DO PROJETO GRIND – O ROCK SAIU DO ARMÁRIO
No domingo dia 10 de maio de 1998, estreou timidamente na casa noturna A Lôca, o projeto Grind – Rock Project for Mix People. Criado pelo DJ, promoter, jornalista, produtor musical e agitador cultural André Pomba Cagni, então com 34 anos, a idéia era realizar uma matinê domingueira onde tocasse rock, pop e suas variantes. Até aí, nada de novo. O problema é que o André Pomba queria tocar esse som para um público que preferia morrer envenenado do que escutar rock: o chamado público gls – gays, lésbicas e simpatizantes. Falar em rock perto desse povo era falar grego com legenda em esquimó. Pelo menos era isso que todo mundo pensava.

O projeto também editou por 6 anos, um fanzine colorido impresso e gratuito: O Grind Zine, e trata de cultura Pop / Rock GLS, responsável principal pelo fim do preconceito em toda a cena de rock, do público LGBT. Neste site você encontra re-edições e disponibilização de matérias históricas do GrindZine, uma revista em formato pocket magazine (10x15cm) de 16 páginas que durou 75 edições e 6 anos entre os anos de 1999 e 2005. Essa revista mostrou a todo admirador de rock e do público GLS, a conexão entre os dois mundos, antes considerados totalmente anacrônicos.

Enfocando o rock em suas várias tendências (rock, electro, alternativo, pop, eletrônico, black, indie, anos 80, etc.), o GRIND tem atraído um público mix aficionado por este estilo musical, sem alternativas dentro da noite paulistana. Assim, em 2010, chegou aos 12 anos de vida, ancorado por um sucesso de público e longevidade raros em se tratando da cena underground. A fórmula do Grind, de reunir DJS amigos convidados, de várias tendências musicais, criando a aura de clubinho para uma celebração descontraída realmente pegou, se tornando uma referência para vários outros projetos alternativos espalhados pela cidade. Os performers também buscam referências rockers, fugindo do habitual esquema tribal house – drag queens – gogoboys das casas GLS.

Doze anos depois, o Grind é um dos projetos da noite paulistana mais bem-sucedido da atualidade. Contrariando todas (ou quase todas) as expectativas, a noite não só se manteve firme durante todo esse tempo (coisa rara na vida noturna de São Paulo, onde os projetos e as casas noturnas abrem e fecham numa velocidade vertiginosa), como cresceu de forma assustadora. Hoje, o Grind não é mais uma matinê que acontece das sete às onze da noite do domingo, como quando começou. É uma festa acelerada que abre às sete da noite do domingo sim, mas que costuma terminar às cinco, seis, às vezes sete da manhã da segunda-feira. O Grind virou sinônimo de modernidade, vanguarda. Chegou a ser indicado por três anos consecutivos como Melhor Noite de São Paulo na premiação Melhores da Noite Ilustrada, promovida pela jornalista Erika Palomino, e ganhou os prêmios de Melhor Promoter (André Pomba) e Personalidade da Noite (Michael Love) em 2000. Em 2001 e 2002, novamente o vencedor como Personalidade da Noite foi alguém ligado ao Grind – desta vez, Alisson Gothz e Bianca Exótica.

Virou “in” freqüentar o Grind. O projeto tomou a posição de hype antes ocupada pelas noites que cultivam a música eletrônica. Atraiu para seus domínios todo tipo de público, passou a tocar praticamente de tudo (cada noite, hoje, tem cerca de cinco DJs convidados, além da residência do próprio Pomba) e gerou até crias – vários dos mais comentados projetos da atual noite paulistana têm parentesco com o Grind, assumidamente ou não.

Diante disso, por quê não registrar a história dessa noite tão turbulenta? O livro do jornalista Lufe Steffen “Tragam os Cavalos Dançantes” lançado em 2008 quando o projeto completou 10 anos, buscou compor um panorama verbal do Grind, narrado da boca de seus próprios protagonistas, antagonistas, coadjuvantes e figurantes espalhados ao longo de cerca de noventa entrevistas.