GLESP - Grande Loja Maçônica do Estado de São Paulo 4.65

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GLESP - Grande Loja Maçônica do Estado de São Paulo GLESP - Grande Loja Maçônica do Estado de São Paulo is a well known place listed as Organization in São Paulo , Masonry in São Paulo ,

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No dia 2 de julho de 1927, no Templo Centenário, pertencente à Loja Amizade Nº 1 e sediado à Rua Tabatinguera 37, foi realizada a Sessão de Instalação da Grande Loja do Estado de São Paulo (G.L.E.S.P.), tendo sido designado Grão-Mestre Provisório o Irmão Carlos Reis, que permaneceu à testa da nova Obediência até sua passagem para o Oriente Eterno em 1931. Sucedeu-o no cargo seu irmão carnal Benjamin Reis, que governou a G.L.E.S.P. durante os dias negros do Estado Novo, quando a Obediência permaneceu fechada por dois anos e nove meses, a partir de setembro de 1937, por imposição do ditador Vargas. Em 1944 foi eleito Grão-Mestre o Irmão Carlos Reis Filho diretor da Secretaria de Educação do Estado e filho do primeiro Grão-Mestre. Permaneceu no cargo até 1950, quando foi substituído pelo Irmão Alcides do Valle e Silva, coronel e professor da Força Pública do Estado de São Paulo (atual Polícia Militar).Devo aqui abrir um espaço para registrar um fato que, na minha perspectiva, se reveste de suma importância para se avaliar o papel da G.L.E.S.P. na História da Maçonaria Mundial. Em 7 de janeiro de 1951 falecia no Cairo o Irmão René Guénon, um dos mais importantes pensadores maçônicos do século XX, e profundo conhecedor das tradições espirituais do Oriente e do Ocidente. De 1929 até 1950 manteve o grande tradicionalista francês correspondência com um amigo brasileiro, o fazendeiro Fernando Guedes Galvão, residente em Amparo, SP, que o havia conhecido pessoalmente em Paris. Na carta nº 23 da correspondência Guénon - Galvão, datada do Cairo a 12 de novembro de 1950, o pensador francês menciona explicitamente a G.L.E.S.P.: - Estou muito curioso de saber o que o Sr. pôde constatar no que concerne à Grande Loja de São Paulo e às tendências que existem nesse meio; seria de desejar que elas fossem favoráveis, mas, bem entendido, de maneira nenhuma sei o que poderá ser... Em sua derradeira missiva a Galvão (carta nº 24) datada do Cairo a 23 de novembro de 1950, a menos de dois meses antes de sua passagem para o Oriente Eterno, Guénon retoma a questão, cobrando de seu correspondente brasileiro informações sobre a G.L.E.S.P. com uma certa impaciência: - O Sr. não me disse ainda se pôde estabelecer contacto com a Grande Loja de São Paulo, como era sua intenção. Eu estaria muito interessado em saber do que se trata, e, em caso afirmativo, qual a impressão que o Sr. teria tido desse meio. Vemos, através dessas linhas, que o Irmão René Guénon, que muito se bateu pela salvaguarda dos aspectos espirituais e tradicionais da Maçonaria, praticamente passou para o Oriente Eterno com os olhos postos na G.L.E.S.P., nutrindo talvez a esperança de que ela viesse a se constituir em um baluarte de defesa dos mais autênticos princípios da Ordem Maçônica (1).As instalações materiais da Potência Maçônica que atraiu as atenções de René Guénon foram, de início, bastante simples. Em seus primeiros anos, a G.L.E.S.P. funcionou hospedada nas dependências da Loja Amizade. Quando esta se desligou da Grande Loja, esta última foi transferida para a Rua Pedro Lessa 2, onde permaneceu de 1933 a 1936. Passou depois a funcionar na Rua General Osório 141, no bairro de Santa Ifigênia. Em julho de 1940, depois do período de hibernação imposto pela ditadura, a G.L.E.S.P. retomou suas atividades, agora na rua Bresser 1.145, no bairro do Brás, em dependências bastante precárias, improvisadas em cima de uma garagem, no fundo do quintal de uma residência cedida gratuitamente. Em 1949 foi transferida para o número 1.805 da mesma rua, perto da Rua Visconde de Parnaíba, a poucos passos da casa onde o autor destas linhas, sem nada saber de Maçonaria, vivia alegre e despreocupadamente os anos de sua infância... Em 1950, o Grão-Mestre Alcides do Valle e Silva locou duas salas no Edifício do SESC, na Rua Riachuelo. Em 1953 a G.L.E.S.P., conseguiu sua primeira sede própria, doada pela Loja Perfeita Amizade, na Rua São Bento 405, 10º andar, no famoso Prédio Martinelli. Em 1956 foi eleito quinto Grão-Mestre de nossa Potência o Irmão Francisco Rorato (1911 - 1983), um dos mais ativos e corajosos líderes maçônicos do século XX, autor dos primeiros projetos que contribuíram para a grandeza da G.L.E.S.P. de hoje. A ele a Grande Loja deve o lançamento de seu periódico A Verdade, a fundação da Ação Social Gonçalves Ledo e, principalmente, a construção do atual Palácio Maçônico, na Rua São Joaquim 138, no bairro da Liberdade, inaugurado em 1961, época em que o autor deste relato, que continuava a desconhecer totalmente a Maçonaria, começava a trabalhar como tradutor de filmes japoneses no Cine Tóquio – hoje transformado em igreja evangélica -, situado exatamente em frente da nova sede da Grande Loja. Lembro-me de que muitas vezes ficava então olhando para aquele imponente palácio de linhas clássicas e austeras, morto de curiosidade de saber que segredos se ocultariam atrás daquelas sólidas paredes...Lembremos que o Irmão Rorato foi novamente eleito Grão-Mestre em 1974. No ano seguinte, tive um contacto, através de um aluno da USP que se dedicava à música, com seu Grão-Mestre Adjunto, o Irmão Hervê Cordovil, a primeira pessoa a conversar comigo sobre Maçonaria... Em 1977 Rorato presidiu os festejos do Cinqüentenário da G.L.E.S.P., dentre os quais se destaca a inauguração, no Hall Nobre do Palácio Maçônico, da Célula do Tempo, uma urna contendo registros, documentos, jornais, dinheiro, passes de bonde e outros testemunhos da época, que deverá ser aberta no ano de 2027, quando da celebração do Centenário da Instituição. Rorato soube se cercar de colabores competentes e dedicados como o Irmão Teobaldo Varolli, douto pesquisador da Doutrina Maçônica e autor de excelentes manuais de introdução ao estudo dos Graus Simbólicos, e o Irmão Erwin Seignemartin, que depois de prestar excelentes serviços na área de Relações Exteriores, foi eleito Grão-Mestre em 1977.Em suma, após a edificação do Palácio Maçônico, a G.L.E.S.P. prosseguiu sua brilhante trajetória, sempre conciliando a estrita fidelidade à mais pura tradição maçônica com um esforço contínuo no sentido da modernização de suas estruturas para ir acertando o passo com os novos tempos. Aqui só nos é possível registrar alguns dos momentos mais significativos dessa caminhada.Lembremos, em primeiro lugar, a figura do Grão-Mestre Washington Pelucio, eleito em 1962 e reeleito em 1965, que criou em 1966 a Confederação da Maçonaria Simbólica do Brasil (CMSB), entidade que congrega as Grandes Lojas Estaduais nascidas do sonho do Irmão Mário Behring. Em segundo lugar, cabe destacar a atuação do Irmão Erwin Seignemartin, Grão-Mestre de 1977 a 1980. Inteiramente dedicado à missão de estimular o crescimento da G.L.E.S.P. e de aprofundar e aprimorar o trabalho maçônico, quando deixou o Grão-Mestrado, a Obediência já contava com 180 Lojas a ela filiadas. Em terceiro lugar, cumpre destacar o trabalho de modernização da Instituição empreendido pelo Grão-Mestre Walter Ferreira, Professor da Escola de Comunicações e Artes da USP (ECA), que exerceu seu mandato entre 1983 e 1986. A ele deve a G.L.E.S.P. seu ingresso na Era da Informática, com a iniciativa da compra de seu primeiro computador. Sucedeu-o outro grande maçom, o Irmão Orpheu Paraventi Sobrinho que, entre muitas iniciativas, estabeleceu um roteiro de visitação às Lojas, aproximando-as da Administração Central, reorganizou os trabalhos dos Distritos Maçônicos, deu prosseguimento à informatização da Grande Loja, procedeu a reformas no Palácio, nomeou uma série de comissões para estudos da estrutura e da política da Instituição e reeditou os Rituais dos Graus Simbólicos, após um criterioso trabalho de revisão dos mesmos.Nos anos mais recentes, o desenvolvimento da G.L.E.S.P. prosseguiu a largos passos. Cresceu de maneira notável o número de Oficinas filiadas à G.L.E.S.P., que hoje se encontra presente praticamente em todos os rincões de nosso Estado. O Palácio foi reformado e ampliado, sendo construído um luxuoso Auditório para 200 pessoas. Foi dado todo apoio à implantação das organizações paramaçônicas como os De Molays, as Rainbow Girls, a Eastern Star e os Lowtons. Dando seqüência ao trabalho de informatização, é criado o site da G.L.E.S.P. na Internet: www.mason.com.br - hoje www.glesp.com.br. Ampliou-se o leque dos tratados de reconhecimento firmados com as Potências Maçônicas e finalmente a G.L.E.S.P. conquistou o tão almejado reconhecimento por parte da Grande Loja da Inglaterra. Foi criada uma Secretaria da Cultura. Em junho de 2001 assume o Grão-Mestrado o Irmão Pedro Luiz Ricardo Gagliardi, Desembargador e Professor da Faculdade de Direito da USP, dando início a uma nova era na trajetória da G.L.E.S.P.. Além de prosseguir com as iniciativas encetadas por seus predecessores, o novo Grão-Mestre tem se esmerado em estimular eventos e atividades de natureza intelectual e cultural. Todo apoio é dado à Secretaria da Cultura, que já realizou um concurso de monografias aberto a todos os Irmãos da Obediência. Foram realizadas Exposições de Arte centradas em temáticas ligadas à Ordem. Foram lançados, sob os auspícios da G.L.E.S.P., livros de abalizados escritores maçônicos. Foi criado o Coral da G.L.E.S.P., que já lançou seu primeiro CD por ocasião da Primeira Bienal do Livro e do CD Maçônico, inaugurada no dia 25 de agosto de 2003. É estimulada a criação de Oficinas a trabalhar no Rito de Emulação (erroneamente conhecido com Rito de York). Fomenta-se uma maior aproximação da Obediência com o mundo profano. Atenção especial é dispensada à dimensão iniciática e esotérica da Maçonaria, sendo criada uma Comissão de Estudos Herméticos. Enfim, sob a direção do Irmão Gagliardi a G.L.E.S.P. prossegue sua gloriosa caminhada como uma grande Potência Maçônica, digna do novo século que está se iniciando.