Espaço São José Liberto - Polo Joalheiro do Pará 5.21

"São José Liberto: um espaço centenário aberto a novas descobertas" (texto: jornalista Socorro Costa)

Das paredes de pedra do século XVIII, ao túnel envidraçado do século XX, o Espaço São José Liberto (ESJL) é um convite a um passeio a céu aberto pela história, com capítulos recheados de tristeza e sofrimento, e também com páginas que levam à descoberta das cores de um novo tempo.

Construído pelos frades capuchos de Nossa Senhora da Piedade, sob a invocação de São José, o prédio de largas paredes teve seu destino traçado com a expulsão dos jesuítas do Brasil. Com eles foi embora a religiosidade do local, para dar lugar a décadas de angústias e desesperanças.

Homens e mulheres passaram por suas celas, e nelas enterraram seus sonhos, suas vidas, o brilho dos seus olhos. E por cerca de 150 anos, o Presídio São José foi um local de privação da liberdade, até mesmo para aqueles que ousaram trilhar outros caminhos políticos.

E assim, dia após dia, o presídio ia sendo engolido pelo crescimento da cidade. Em seu interior, também aumentava o número de presos, e com isso a insatisfação, dentro e fora de seus limites. Até que a última rebelião, sangrenta e assustadora, em 1998, fechou um ciclo e deu início a uma nova era.

No ano de 2002, as celas escuras, úmidas e aterradoras saíram de cena, para que o brilho das gemas e dos metais preciosos, a criatividade do homem, a magia dos muiraquitãs e o conhecimento milenar de rochas, cerâmicas e cristais brotassem no horizonte. São José tornou-se Liberto, livre da dor, da desesperança, de um passado que se tornou, apenas, história.

Com 15 anos de existência, o Espaço São José Liberto é um local surpreendente, que envolve o visitante com o fascínio de seu jardim gemológico, do Museu de Gemas com um acervo único, das joias que brotam de mentes e mãos criativas e hábeis dos profissionais que incentiva, do artesanato que reflete a cultura milenar da Amazônia e dos inovadores acessórios de moda e vestuário.

É um ponto turístico obrigatório em qualquer roteiro, um exemplar do patrimônio arquitetônico da cidade, uma vitrine da criatividade. Um belo pedaço de Belém, que está sempre aberto a novas descobertas.