Aula de Trapézio 3.4

Rua Guaicurus, 857
São Paulo, SP
Brazil

About Aula de Trapézio

Contact Details & Working Hours

Details

Vale mudar de ideia?
Não vim de família circense. Como a maioria de minha geração de professores comecei em escola de circo.
Há 20 anos até onde sei só existiam duas escolas em São Paulo, a Circo Escola Picadeiro e o Acrobáticos Fratelli. Eu comecei pelo Fratelli.
Por que alguém resolveria fazer circo? O que mais me chamou a atenção no auge de minha adolescência (16 anos skate hard core) foram as acrobacias na cama elástica pela semelhança “radical” com o skate. Acho que naquela época eu me interessaria por qualquer coisa que levasse a possibilidade de quebrar um braço ou o pescoço.
Vale mudar de ideia?
Passaram-se os anos (skate, bicicleta, natação, hard core, reggae, pagode, rock) me formei massoperapeuta. Trabalhei por 6 anos exclusivamente com massagem oriental, então casado, já com alguns fios branco na cabeça e 10 quilinho a mais de experiência voltei ao circo.
Minha vontade de quebrar o braço ou cair de cabeça já não era mais a mesma, no malabarismo parecia que eu tinha aprendido tudo que eu conseguiria fazer, mas o circo já fazia parte de mim. Como diriam os antigos, a serragem estava em minhas veias e eu passei a ensinar aos meus colegas o que eu sabia fazer, mais legal que isso, passei a ensinar também o que eu não sabia fazer, mas sabia como fazer. Virei professor. Fui buscar especialização na faculdade de educação física e ia para os treino mais para ver o que e como faziam alunos e como os professores ensinavam.
Vale mudar de ideia?
Reparei que existia uma sequencia natural de interesse dos alunos pelos aparelhos do circo. Os meninos começavam pela acrobacia de solo ou pela cama elástica, e descobriam que tinham que fazer os dois. Só depois é que iam para os aparelhos aéreo, direto para o trapézio (vontade de se jogar de cabeça)e se surpreendiam como podia ser legal fazer todos aquele exercícios de forca e as acrobacias mais arriscadas.
As meninas se interessavam pelos aéreos, normalmente pelo tecido, provavelmente pela aparência macia e bela do aparelho, parecia menos dolorido se pendurar nele que no trapézio ou na lira. Depois de ganhar força, coragem e confiança se aventuravam na lira e descobriam que era verdade. Doía mesmo se apoiar naquela argola de ferro. Depois de descobrir que tudo no circo dói e que é legal mesmo assim, as meninas iam para o trapézio. E experimentando se apaixonavam.
Toda a emoção de se aguentar com os próprios braços, em posições aparentemente impossíveis, a adrenalina de fazer giros, quedas e terminar apoiado por partes do corpo que ninguém arriscaria pendurar-se, e a sensação de saber que dores que antes eram absurdas passam a nem existir, faz de você uma pessoa mais valente, mais preparada para o que der e vier.
Isso é o trapézio, o aparelho mais antigo do circo, também o mais difundido, experimentado e apaixonante.
Vale mudar de ideia? Vale sim, experimente. Faca circo, faca trapézio. Transforme o impossível em cotidiano.
Kenzo Nii professor de trapézio.