Arte em Panô e Afins 2.03

Como eu descrevi, na definição, na origem do meu trabalho Arte em Panô na " declaração de autoria ", aqui eu vou escrever um texto poético em relação ao meu trabalho " Arte em Panô ": Muito Prazer " _ " Meu prazer é esculpir, vou trilhando os caminhos sem rumo, sem eira nem beira, visualizando os caminhos retos e também as curvas dos comportados panos ou tecidos como queira. Assim vou esculpindo, dando formas, dando vida. A agulha, a ferramenta manifestando seu corpo carregando consigo a sua companheira, a linha já escolhida e já envolvida como um caracol ou como o sol abrindo as frestas da janela penetrando a luz divina. A linha achada e perdida, num emaranhado novelo de lãs, misturadas nos barbantes, fios de todos os tipos, recicladas, reaproveitadas ou quem sabe principalmente compradas, são as virgens e as marginais. Os tecidos são os caminhos dos sonhos, onde tudo pode acontecer e se não conseguir trilhar essa estrada, cuidado, pode morrer sufocada, pois todas as cores são loucas. Pelas forças das minhas mãos ( e põe força nisso ) o homem pensa com as mãos, vou construindo suas formas, vou moldando com paixão... a semente germina e desabrocha um novo dia. Nasce, Nasceu, Nascia. Os que não tem mãos, pensam com os pés, se não tiverem pés, pensam com o que quiserem e puderem, principalmente com asas da imaginação, mas tem que ser bem lá no fundo da alma. Minhas ferramentas, um relacionamento perfeito: a linha, a agulha, a tesoura, os retalhos, a matéria prima, o coração do meu mundo. A tesoura que corta o cordão mágico umbilical, a tesoura que corta o corte mais profundo da costura costurada costumeira. Criar é a alegria despudorada, ilimitada.